segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Senhora da Hora (Obra: Manutenção)

Raro é o jardim que não tem um relvado.Embora exigente em cuidados de manutenção, quando correctamente tratado valoriza enormemente todo o espaço envolvente.

A correcta manutenção diz respeito a cortes frequentes que estimulam o adensamento do relvado.A altura do corte é muito importante, depende do tipo de gramíneas existente, do ritmo de crescimento, da época do ano e da finalidade do relvado.Um corte muito baixo provoca o enfraquecimento das gramíneas e favorece o estabelecimento de infestantes mas por outro lado, o corte demasiado alto faz com que as gramíneas de folha mais larga dominem sobre as de folha mais fina.Por isto torna-se fundamental efectuar cortes regulares.



Duas operações extremamente importantes e que devem fazer parte dos cuidados culturais são; a escarificação e o arejamento.A escarificação é o processo de remoção de matéria seca e de menor vigor que se vai acumulando entre as gramíneas formando uma densa cobertura vegetal que dificulta a absorção da água dos nutrientes da adubação e a oxigenação.Esta camada de detritos é muitas vezes causa de aparecimento de fungos.É realizada uma a duas vezes por ano no inicio da Primavera e/ou no inicio do Outono com o auxilio de um ancinho se a área for pequena ou com uma máquina de laminas rotativas e tanto num caso como no outro efectuando as passagens, uma perpendicular à outra.



O arejamento consiste em perfurar a superfície com o auxilio de uma forquilha ou arejadores de tubos ocos.Deve realizar-se com o solo húmido, pontualmente sempre que exista compactação e por consequência deficiente drenagem em áreas mais ou menos localizadas e no Outono de forma generalizada e profunda.A profundidade varia entre os 10 e 15 cm e os benefícios são a melhoria da drenagem e da oxigenação.

Associada a esta operação e como complemento faz-se uma cobertura sobre a superfície perfurada, com uma mistura de areia de rio, terra ou substrato bem crivados e matéria orgânica, por exemplo composto bem esmiuçado.


Como quaisquer outros vegetais as gramíneas também necessitam de nutrição.Com um bom adubo de libertação controlada e com longevidade que pode variar entre os 2 e os 5 meses,temos a certeza que a alimentação é feita de forma contínua, equilibrada e a libertação dos fertilizantes ocorre em função das nessecidades das plantas.Realiza-se uma adubação de Primavera e Verão previligiando a existência de azoto e uma adubação de Outono e Inverno em que os nutrientes principais sejam magnésio e ferro que proporcionam uma excelente coloração e ao mesmo tempo combatem o musgo.


Em Outubro substituí o adubo mineral de Outono por um adubo orgânico permitido em agricultura biológica, e o resultado foi excelente.Coloração e crescimento uniformes, e com a vantagem do crescimento ser lento.
A rega.
O consumo de água deve ser uma das maiores preocupações.Começa-se, tanto quanto possível, pela escolha de misturas de gramíneas que toleram períodos seca e que requerem níveis baixos de consumo.Pela utilização de caldeiras de recolha e aproveitamento de águas.O planeamento cuidado e a instalação de um sistema de rega por aspersores ou pulverizadores significa que se deve ter em conta aspectos como o nível de exposição, os desníveis do terreno, incidência do vento e o tipo de solo.Pressupõe também a colocação de sensores de chuva e pluviómetros.
Partimos então para os cuidados culturais; regar nos períodos mais frescos do dia, a frequência de rega e a programação do sistema adaptada ao tipo de relvado ao tipo de solo, um solo argiloso retém a água durante mais tempo que um solo franco.Nos meses mais quentes as regas são mais frequentes embora utilizando menores quantidades de água e nos meses mais frescos devemos regar de forma profunda e com pouca frequência o que favorecerá o estabelecimento de um sistema radicular saudável.No que diz respeito à rega não existem receitas mas sim regras de orientação.